Paul Poiret (1879 - 1944)
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- Jul 8, 2024
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Um dos grandes nomes da história da Moda que vez revolução no vestuário feminino. |

Com apenas 24 anos, abriu sua própria Maison. Inspirado pelos Balés Russos e pela atmosfera Oriental, realizou roupas que mudaram a silhueta feminina e a História da Moda. Em 1906, um vestido marcou a nova silhueta, não mais apertada, espremida pelo espartilho. Poiret ficou conhecido por liberar as mulheres desse incômodo acessório. Para a mulher que precisava usar todos os dias o apertado espartilho, foi uma revolução. Agora ao invés de espartilhos, a mulher poderia usar ligas e soutiens.

Um dos croquis de Paul. ''La Biche appivoisée'' |

Ele fez a revolução na moda feminina, onde deu mais liberdade nos trajes sem o uso do espartilho que amarrava e marcava muito o corpo.
A revolução que fez na moda:
Desejava revigorar a moda do seu tempo, ou seja, não havia nenhuma preocupação com a saúde, mas sim com a estética da silhueta feminina. Para o costureiro a beleza da mulher deveria ser vista de forma natural e como suporte bastaria usar o soutien e uma cinta. O soutien moderno e a calcinha (caçelons) confeccionada de seda e algodão menos volumosa são criações peças de suas criações.
A França deste período vivia a tendência do orientalismo. A apresentação da peça Shérazade (balé russo) cujos figurinos eram assinados por Léon Bakst, deu início a esta tendência. As cores fortes, as calças odaliscas e os tecidos brilhantes passaram a fazer parte das criações de Poiret. Suas inspirações vieram do fauvismo.
Poiret desbancou a moda ostentativa predominante desde século XVI, disse certa vez para a revista Vogue (1913):
“Vestir uma mulher não é cobri-la com ornamentos, mas sim sublinhar o significado de seu corpo e realçá-lo, envolver a natureza em um contorno capaz de acentuar sua graça”
Peças inovadoras:
A Minaret, que era uma túnica em forma de abajur, a saia funil, que exigia da mulher passos curtíssimos, o trotteur (tailler de corte masculino) e para fazer uso dele, foi necessário subir a barra da saia até o calcanhar, fato que escandalizou que provocou espanto nas pessoas conservadoras da época. As calças odalisca e culote são precursoras das pantalonas e de outros modelos de calças atuais. Observando que de início estes trajes não eram aceitos por todas as mulheres, mas sim por atrizes e mulheres mais ousadas.
O seu reconhecimento:
Tudo isso faz com que Poiret possa ser considerado o primeiro designer do século, estampando com a sua marca todos os seus projetos e conseguindo vender tudo, desde acessórios, perfumes, roupas a peças de decoração de interiores. Sua maison, que comercializava todos os seus produtos, tinha uma decoração extravagante, considerada vanguardista, assim como a maioria de suas criações, de suas festas e de sua vida da qual pôde conduzir até ser convocado para a Primeira Guerra Mundial, anunciando o fim de sua fantástica carreira.
Os acontecimentos de sua vida:
Poiret transformou-se em um dos mais famosos costureiros, no entanto com o início da Primeira Guerra Mundial, Poiret teve que se afastar para servir o exército. Foi uma de suas piores fases. Por constar em seus documentos a profissão de alfaiate, teve que arrumar os uniformes dos soldados, tarefa nada fácil para ele que não sabia costurar. Desenhou fardas mais práticas e com menos tecidos. Passou a ser chefe de produção, mas o temperamento genioso o colocava em constantes dificuldades.
Após a guerra retornou ao seu atelier, mas percebeu com muita frustração que a moda seguia o espírito do momento, suas roupas já eram consideras ultrapassadas. Poiret organizou festas no intuito de resgatar seu prestígio, mas foi em vão.
Caiu em ruína a esposa e os clientes o abandonaram. Na volta da guerra, as mulheres já não se reconheciam tanto nos trajes de Poiret que, aos poucos, vai se sentindo abandonado. Acreditando poder recuperar sua clientela com algumas de suas festas, ele organiza algumas delas com extravagantes convites e importantes presenças. Porém, as dívidas acabam só aumentando.
Vende sua grande coleção de quadros adquiridos diretamente de Matisse, Picasso e Van Dongen, escreve algumas obras e, depois de fechada sua maison, passa a pintar quadros que ganham uma retrospectiva organizada pelo amigo Jean Cocteau em 1944.
Morte:
No entanto, Poiret se vê impedido de assistir a seu último sucesso, morrendo alguns dias antes da abertura da exposição, à beira da miséria e abandonado pela mulher Denise.
Em abril de 1944, Poiret morreu pobre e esquecido.
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